Estas são as minhas mutações caleidoscópicas. Aqui somente existirá pensamentos, sentimentos e emoções desconexos. Para entende-los deverá apenas girar, para que as palavras, assim como as cores, possam contar a história e talvez fazer algum sentido.
- TLT
- São Paulo, SP, Brazil
- "Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo. (...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. Sou um coração batendo no mundo." (Clarice Lispector)
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Se apaixonar pela pessoa certa e ser correspondido.
domingo, 21 de novembro de 2010
A senha
Ele... que não consegue se desligar, das contas para pagar, das coisas para comprar, da falta de saúde, de tempo, de dinheiro. Ele, que acha que a vida é dura e cruel, e que não permite descanço. E eu o vi desesperado por paz...
Eu disse que a estabilidade material não irai trazer paz a ele, porque ele iria encontrar um outro problema para substituir, que ele tinha que encontrar algo que lhe desse paz hoje, pelo menos um pouco para que ele possa resgatar energias para continuar lutadando no dia seguinte...
Ele me perguntou denovo. Mas qual é a senha? como eu desligo?como eu faço isso??
Por fim eu não soube responder... porque eu também não sei ao certo qual é a senha.
Eu tenho as minhas valvulas de espape, mas qual seria as dele? e eu acho que somente ele poderia responder para si mesmo.
Mas estas valvulas também não trazem paz, são apenas oásis como para um viajante no desesto.
Hoje eu estou meio out da minha vida... não sei bem o que eu devo fazer, só sei que as coisas não estão boas, na verdade pioram a cada dia. Eu continuo lutando com a esperança que esta tempestade esteja passando.
As vezes eu acho que a paz só vem mesmo após a morte.
Eu sei que os problemas passam e as coisas melhoram... mas por quanto tempo? depois volta tudo denovo, muitas vezes mais difícil. Meu pai tem razão, a vida é realmente cruel.
domingo, 14 de novembro de 2010
Desafio - Jogo dos 7
Irei responder estas questões, lembrando de quando eu estava na quarta série e respondia aquele livro de perguntas enorme, que passava de mão em mão. E por ele podíamos saber um pouco mais de algum colega.
...Bem, e ai vamos nós ;)
7 coisas que eu tenho que fazer antes de morrer
- Engravidar e ter um filho(a)
- Contar histórias para ele, e vê-lo crescer...
- Tocar para um pequeno público
- Escrever um livro ou um zine.
- Montar o negócio dos meus sonhos
- Ir em um lual e ver o nascer do sol ( de preferência com alguém especial)
- Fazer uma grande viagem, tipo mochilão.
7 coisas que eu mais digo
- Véio!!
- Não sei...
- Alguns palavrões
- Eu quero...
- Sério?? que legal ou .. hum Bacana...
- Eu tenho uma teoria...
- Engraçado.. isso me lembra aquela música /ou frase....
7 coisas que eu faço bem
- Conversar sobre cultura inútil;
- Discutir sobre assuntos polêmicos e alheios a todo mundo;
- Perceber as emoções e pensamentos das pessoas, principalmente dos meus amigos;
- Sou uma boa companheira de copo, de viagem e programas culturais, festinhas, etc ...
- Aprendo com facilidade
- Faço um misturado com granola, iorgute, e frutas que é uma delícia ;)
- Sou uma boa ouvinte
7 defeitos meus
- Impaciente
- Anciosa
- Emotiva
- Mudo de humor com facilidade
- Em algum momento eu vou sumir e desapontar alguém
- Tenho uma séria dificuldade de demostrar interesse e afeto
- Insegurança
ps: como o primeiro foi difícil e o útimo fácil... rs
Indico:
Traum > http://escadashorizontais.blogspot.com/
Dea Iana > http://inmaginary.blogspot.com/
Encantada > http://panikmanifesto.blogspot.com/
Sissi > http://panikmanifesto.blogspot.com/
Gabi Ela > http://gabiiasipilch.blogspot.com/
Perseu > http://bomdiatropicalia.wordpress.com/
Menina Maléfica > http://meninamaleficaa.blogspot.com/
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Organizando os pensamentos e sentimentos, para tentar terminar ou começar uma nova história.
Este ato irá significar um grande passo, uma grande mudança, este será um momento importante por mais que a resposta seja negativa.
E ela para em frente à porta e não consegue se mover.
...E espera... deixa passar alguns eternos segundo... e espera....
Não espera que ele apareça ou que a porta se abra.
Ela espera por sua própria coragem
Pelo impulso, que agora parece ser um esforço sobre humano de bater na porta.
O medo toma conta de suas pernas, braços e a domina completamente.
E ela fica ali, parada em frente à porta.
Tudo isso porque ela sabe que qualquer um dos resultados será demais para ela e ambos dão medo.
...Sentimentos amenos são mais seguros...
Por fim, ela se vira e volta para casa frustrada. Sonhando em como seria se tivesse batido
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
E quando eu tento insistir em determinadas leituras elas se embaralham e não fazem muito sentido. Depois de terminar a trilogia do Eragon que terminei com muita frustração, porque a história não acabou, voltei aos meus clássicos. Iniciei Orgulho e preconceito, eu me apaixonei pelo filme e julguei eu que iria me apaixonar também pelo livro. Pois não rolou esta química... não sei o porquê. Depois de alguns dias de intervalo e de cabeça cheia demais para conseguir me concentrar, tive um pequeno momento de paz e peguei um livrinho que eu já tinha lido a muito tempo, mas acho que ele me escolheu hoje denovo.. nele há a história de dois sonhadores.
No balanço da minha vida, acho que se o que minha especialidade é sonhar.E diria também que apesar de ver muitas pessoas o tempo todo, na verdade sou só, e descrição da minha história é a descrição dos meus sonhos....
Este livro é Noites Brancas de Fiódor Dostoievski, leitura obrigatória para os sonhadores solitários...
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
A cada minuto uma gota cai a mais no copo já cheio.
E uma sensação de dejavu constante, parece que meu rosto refletido no copo d'agua ri de mim, me dizendo o que vai acontecer nos próximos minutos. Enquanto eu fico olhando e desesperadamente gotejando.
Transbordando...
Minha vida está sendo decidida por pessoas que eu não conheço... e eu não posso fazer mais nada ... só esperar... a única coisa que posso fazer agora é transbordar.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Tempestade
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Pensamentos de quando há tempestade aqui dentro e sol lá fora...
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Notas de uma observadora:
Enfim.. observei que as fotos que mais me elogiaram são as fotos que eu estou triste. Meus olhos estão meio brilhantes, devido as lágrimas contidas, e meu sorriso é aquele sorriso dolorido e cênico... As pessoas acham bonito... Eu me sinto mascarada, depois do flash eu mal me reconheço.
A melhor máscara que se pode colocar em si mesmo é o sorriso.
Os elogios são sempre bem vindos é claro, mas eu normalmente lido com eles com um certo sarcasmo, uma das minhas piadinhas íntimas...
E quando alguém se sente atraído por este sorriso, eu sempre fico insegura.
Isto tem acontecido com freqüência...
O problema de ser muitas, é que eu nunca sei qual é a mais apropriada.
...Por hora, vou girar como em um brinquedo gira- gira, irei olhar para cima, fechar os olhos, sentir o vento e mundo girando.
E aquele medo de quando o brinquedo gira muito rápido, e parece que vamos perder o controle, dá a impressão que o brinquedo vai quebrar, que você vai cair e dá vontade de gritar. Tudo isso somado com a sensação boa de tontura, do vento nos cabelos, da sensação de que está voando.
É exatamente este tipo se sentimento que eu sinto agora.
Por isso, estou mantendo minha mente ocupada, pois serve como freio.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
A cada mil lágrimas sai um milagre
Acho que eu os li umas 10 vezes cada um, como vai de encontro ao meu"giro atual", quero então compartilhar e deixar fácil para eu ler muitas vezes mais, portanto aqui registro:
"Quando penso que um palavra
Pode mudar tudo
Não fico mudo
Mudo
Quando penso que um passo
Descobre o mundo
Não paro o passo
Passo
E assim que passo e mudo
Um novo mundo nasce"
Alice Ruiz
“Em caso de dor ponha gelo
mude o corte de cabelo
mude como modelo
vá ao cinema
dê um sorriso
ainda que amarelo, esqueça seu cotovelose amargo foi já ter sido
troque já esse vestido
troque o padrão do tecido
saia do sério deixe os critérios
siga todos os sentidos
faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre”
Itamar Assumpção E Alice Ruiz
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Marina Colasanti - parte 2
Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer filas para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. A contaminação da água do mar. A lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasanti - parte 1
Vou postar alguns poemas de uma escritora que estou descobrindo e me apaixonando.
Marina Colasanti
Sexta-feira à noite
Os homens acariciam o clitóris das esposas
Com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
Contam dinheiro, papéis, documentos
E folheiam nas revistas A vida dos seus ídolos.
Sexta-feira à noite
Os homens penetram suas esposas
Com tédio e pénis.
O mesmo tédio com que todos os dias
Enfiam o carro na garagem
O dedo no nariz
E metem a mão no bolso
Para coçar o saco.
Sexta-feira à noite
Os homens ressonam de borco
Enquanto as mulheres no escuro
Encaram seu destino
E sonham com o príncipe encantado.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
S.O.S
O máximo que consigo fazer é uma espécie de rosnado dolorido.
Meus músculos estão tão tensos que a única coisa que eu consigo, é falar baixo, devagar e principalmente somente o necessário.
As horas demoram para passar... eu não queria estar aqui...
Eu queria estar em outro lugar, fazendo outras coisas, aprendendo outras coisas.
Parece que quero desesperadamente não ser eu !
Talvez o fato de simplesmente não estar aqui já fosse o suficiente.
A dor iria parar, mas ainda não é o bastente...
O que eu mais queria agora, é que aquela moça de olhos azuis me ligasse e mudasse minha vida...
Mas o telefone não toca, a porta não se abre, nada muda.
Eu rezo desesperamente pela mudança! para que alguém em ajude, não só me tire daqui! Mas me liberte!
Meu grito é choroso, desesperado, e tão alto que minha pele treme!
Me liberte por favor...
Por favor....
Ao menos me tire daqui!!!
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Cenas de uma noite qualquer
Estou no ônibus voltando pra casa.
Me pego tendo pensamentos obscenos e olho ao meu redor, parece que algumas pessoas me olham. Me sinto envergonhada e tento mudar o rumo dos meus pensamentos, “Nem aqui me sinto liberta”
Tem um moço bonito que me olha, ficamos neste pequeno e improdutivo flerte até eu descer.
Eu gostaria de ouvir os pensamentos dele... ou não, talvez sejam mais obscenos do que os meus.
Cena 2
Chego em casa , minha cachorrinha quebra a sensação de abandono. As coisas nunca mais foram as mesmas depois que eu mandei “ele” embora. Tento me convencer que estou melhor agora, já que estou liberta.... “Mas liberta do que mesmo???”
Mal posso sentar no meu sofá, está tão velho que quando me deito nele parece que levei uma surra. Penso “preciso trocar este sofá, ou talvez devesse somente jogá-lo fora, sobrará mais espaço neste apartamento minúsculo, colocaria um bom tapete e almofadas , e pronto, ficaria lindo!! “ .... talvez...
Mais planos.... como pintar um quadro, reformar o banheiro, fazer regime, ganhar dinheiro, transar pelo menos 3 vezes por semana.... Alguns planos parecem ser totalmente inviáveis.
Cena 3
Depois de um banho quente e demorado me visto e deito nua na cama. Ouço o meu vizinho rico chegar.. “ Ele iria ficar doido se me visse assim” . Desde que me mudei para cá ele me flerta o tempo todo. Sinceramente não sei, o que um cara 20 anos mais velho do que eu, vê em uma garota como eu... sim apesar de ter 25 anos ainda me considero uma garota, “Sou uma merda de uma retardatária mental”. Mas enfim... na verdade eu sei o que ele quer, e oferece jantares, viagens e presentes caros para me conquistar. “Ele acha que sou uma prostituta não é possível”. Se eu sou fosse pelo menos iria querer receber em dinheiro, pelo menos iria gastar com algo que não me lembrasse ele”.
Cena 4
Me visto e vou para a cozinha comer alguma coisa, como algo que eu não deveria, me sinto mal por ingerir tantas calorias e pensar que elas estão inchando meu quadril. Mas continuo, “Amanhã eu começo o meu regime”... Mais planos...
A Internet e a televisão disputam quem é mais fútil e inútil. “Há controvérsias eu sei”, mas sou do tempo que para se obter uma informação útil e interessante eu devo recorrer a um papel não a uma tela... “E eu ainda me acho uma garota” ... rs...bizarro.
Neste apartamento minúsculo no centro, não consigo me abster dos barulhos, mas até que gosto deles. Quando pego meu violão e desafino algumas notas parece que esta cidade me ouve e conversa comigo, "essa ilusão é que me mantém aparentemente sã".
Cena 5
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Onde as experiências e as pessoas que fazem parte da minha vida são as peças.
O desenho do quebra-cabeça é único, foi desenhado no útero da minha mãe.
As cores, traços e quantidade de peças alteram-se o tempo todo, a última peça será encaixada somente no dia de minha morte.
Algumas peças fazem parte da estrutura do desenho, sem elas a figura fica disforme. É como ver um rosto sem olhos, boca ou nariz. Estas eu chamo de família.
Outras peças complementam o formato e colorem algumas partes. Estas eu chamo de amigos.
A ausência de algumas destas peças, provocam um buraco que nem sempre pode ser substituído, é um buraco dolorido, essa dor eu chamo de saudade.
Outras tem o poder de trazer novas peças, novas cores e completam um cenário. Estas são surpresas da vida, e proporcionam algo que eu chamo felicidade. Tem diversos formatos, e se encaixam varias partes, um destas partes alguns chamam de coração.
Os traços e expansão do quebra-cabeça são formados por peças que chamo de conhecimento e trabalho. A fluidez dos encaixes eu prefiro nomear como sentimentos e emoções.
O que se deve saber sobre todas as peças, é que cada uma tem seu encaixe e quase todas são mutantes, em alguns momentos se encaixam perto ou longe. Temos que respeitá-las, pois este é o elo que temos com um outro quebra-cabeça que tem um outro desenho, traços e cores.
Todos os quebras-cabeça, tem pelo menos uma peça em comum, esta ligação alguns chamam de sociedade, eu prefiro ter uma visão um pouco mais abrangente, e chamar o coletivo de todos os quebras-cabeça de Gaia.
TLT
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Castelo de cartas - parte 2
Quanto a ultima carta caiu, toda minha insatisfação com o meu emprego, com a minha vida social, amorosa e existencial veio a tona. Minha tolerância diminuiu a um nível alarmante. Passei a falar menos, a sair menos e a observar e ler mais.
Nestas observações, pude classificar melhor minhas amizades, as dividi em dois, dos que estão "dentro" e os que estão "fora".
Um grande amigo quando viu no estado “fechada para visitação”, simplesmente me disse “você está fechada para visitação, mas se esquecerá dos que estão ai dentro? ” ... respondi.. “jamais”
Isso resumo tudo! os pouquíssimos que estão aqui dentro me veem e sabem que coisas simples ajudam muito, sabem ver a tempestade, se proteger e deixá-la passar ao seu tempo.
Os que estão fora, enxergam nuvens escuras, mas não querem entendê-la, querem somente saber o que se passa com o mesmo interesse e preocupação que dão as notícias do jornal. E continuam exigindo atenção às suas ações e pensamentos fúteis, egoístas e narcisistas. Ou só se aproximam quando há algo a absorver, são como vampiros, seu único interesse e ter, não compartilhar.
Eu não tenho mais paciência para isso. Mas todos eles se somam ao som das risadas e das músicas, preenchem os espaços vazios...Também tem o seu papel... mas agora não tenho nada a dar... serei uma grande decepção a eles!
Continuarei fechada para visitação, estou focada em conseguir um novo emprego (a cada dia fica mais difícil continuar no que estou – eu odeio o ócio) emprego também tem o seu ciclo de vida, o meu já acabou há muito tempo... Preciso desesperadmente aprender e trabalhar de verdade!!
Continuarei lendo...é o que me mantém em paz... tenho ainda 2 livros para iniciar a minha nova lista, comprei os livros que eu tanto queria (Orgulho e Preconceito, Misto Quente, Noites Brancas e a Bela Adormecida) quero escrever sobre eles futuramente... e preciso amadurecer minhas leituras..
Hoje tenho certeza! se todos tem uma tampa para a sua panela , eu sou uma frigideira!!!
Me empenhei tanto, para me afastar e manter uma “distância de segurança”(afinal eu só me fodo... ou não ¬¬), que não sei mais me aproximar de alguém.. acho que perdi o jeito.
Não luto, não espero e não procuro... já não faz tanta diferença... é triste, eu sei ... mas estou cansada.
Apesar dos contratempos não quero me distanciar dos meus projetos, eles se modificam e sempre há surpresas. Muitas vezes tenho vontade de jogar tudo para o alto.. mas ontem me deu uma vontade de arte... Esta chama ainda não se apagou...
É impossível caminhar sozinha,
Eu ainda não me conformo com tantas dependências...
Castelo de cartas - parte 1
Senta que lá vem a história:
Eu tinha uma cachorrinha vira lata que se chamava Suzy, e morreu beirando seus 17 anos. Ela era uma cachorra muito alegre.
Eu costumava ler ao sol e ela ficava ao meu lado, ou no meu colo, ela não cresceu muito , mas sempre foi um bebe que brincava, pulava e corria.
Até envelhecer...
E então seus olhos não enxergavam mais, ela não ouvia direito e seus pêlos estavam ficando brancos ( ela era bem pretinha como uma boa vira lata, mas tinhas pelos longos e macios). O mais triste é que ela já não conseguia andar direito, nem pular pois suas pernas ficaram fracas. Dava um aperto no coração quando ela tentava brincar, correr e pular mesmo nestas condições. Seu corpo não podia mais, mas ela continuou a ser uma cachorra alegre.
E uma dessas noites frias ela teve uma espécie de AVC, vomitou muito sangue e não conseguiu se mexer mais, se via apenas uma respiração sofrida e profunda. Meu pai hiper protetor viu a situação dela e já decretou morte, me avisou como se não tivesse mais jeito e nem valeria a pena vê-la. Até então eu não a tinha visto e pensei era melhor mesmo não vê-la.
Mas não consegui e a vi, e não sosseguei enquanto não corresse com ela para o veterinário.
Ao chegar lá ela foi examinada, era forte e não iria morrer tão em poucas horas, mas estava sofrendo muito, então a eutanásia era a única opção.
Fiquei com ela, acariciando seus pelos até seu ultimo suspiro, até seu corpo enrijecer e seus olhos ficarem vidrados, seu corpo ainda estava quente quando eu a deixei...
Chorei muito... faz meses, acho que uns dois anos que eu não chorava daquela maneira. Mas por fim fiquei em paz, pois senti que ela estava em paz.
Este tipo de coisa não é uma algo bom para ser compartilhado... ninguém gosta de ouvir ou ler isso.
Mas como este blog é a reunião das minhas palavras contidas tive que escrever.
...E também para filinazar aquele ar de morte que eu estava sentindo... não o sinto mais....
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Ms Walker - parte 2
Aqui a senhorita Walker continua dizendo o que penso e sinto.
Ela já diz tudo, não preciso acrescentar nem tirar nada.
obs: Estas palavras ela diz a Desejo
Você já esteve apaixonado? Horrivel não é? Te deixa vulnerável. Te abre o peito e te abre o coração e quer dizer que alguém pode entrar em você e te detonar por dentro.Você constrói todas essas defesas. Constrói uma armadura completa, e por anos nada pode te machucar, aí uma pessoa estúpida, nada diferente de qualquer outra pessoa estúpida caminha para dentro da sua vida estúpida…Você dá a essa pessoa um pedaço de você. Essa pessoa não pediu por isso. Essa pessoa fez algo besta um dia, como te beijar ou sorrir para você, e aí a sua vida não é mais sua.O amor toma reféns. O amor entra em você. Te come por dentro e te deixa chorando na escuridão, e frases simples como “talvez devêssemos ser apenas amigos” ou “nossa, que perspicaz” se transformam em farpas de vidro movendo-se para dentro do seu coração.Dói. Não apenas na imaginação. Não apenas na mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, uma dor do tipo que-entra-em-você-e-te-arrebenta. Nada deveria ser capaz de fazer isso. Especialmente o amor. Eu odeio o amor."
(Fala da personagem Rose Walker, de Neil Gaiman, in: Sandman #65)
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Ms Walker - parte 1
Parece confuso não?
Mas isso explica muita coisa...
Até uma das coisas é o que vou postar a seguir...
Eu estou lendo o HQ do Sandam e em uma parte há um depoimento de Rose Walker uma das personagens do HQ:
"Diário de Rose Walker"
"Andei fazendo uma lista de coisas que não ensinaram na escola.
Não ensinaram a amar alguem.
Não ensinaram como ser famoso
Não ensinaram a ser rico ou pobre.
Não ensinaram a se afastar de alguém que nao se ama mais.
não ensinaram a saber o que está se passando na cabeça das outras pessoas.
Não ensinaram o que se dizer a alguem que está morrendo.
Não ensinaram nada que valha a pena saber.
As vezes me sinto... merda....se lá oca.
Em geral , quando não sinto que deveria sentir por dentro.
terça-feira, 27 de julho de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
Um instante por horas
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Entrelinhas...
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Esquadros
Ando pela rua e me sinto em um video clipe, tenho a impressão que os carros e as pessoas se movem na mesma vibração da música que ouço.
Hora me sinto espectadora , hora atuante nesta cena, que aos meus olhos parece ser surreal, mas não há nada mais verdadeiro do que o movimentar dos ônibus, das pessoas, das núvens e do meu andar.
Muitas vezes eu me sinto meio especatodora da vida...
Até mesmo o meu próprio corpo parece não ser meu, estas mãos que escrevem parecem ser de alguem que desconheço, é como aqueles sonhos que vemos alguem que sabemos que somos nós , falamos e nos movimentamos, mas nossa visão é na terceira pessoa.
Este meu distanciar da realidade compartilhada me preocupa as vezes...
Lembrei de uma música, que se "enquadra' rs...
Hoje me identifico muito com as cores vintages, aquele ar de um sonho antigo, ou de uma lembrança me encanta...
Esquadros
Adriana Calcanhotto
Eu ando pelo mundo
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Girando ao contrário
Estou entediada, pesando coisas sujas, inútes e idiotas.
Não sei se é a copa, ver o Kaká, o Júlio César e outros jogadores gatões. Ou é a minha falta de afeto ou facilidade de desapego. A falta de dinheiro , ou é a bebedeira do ultimo final de semana. Talvez seja a minha falta de credibilidade nos relacionamentos (histórias repetitivas com os mesmos problemas, discussões, desilusões, descontentamentos, etc) prefiro evitar a fadiga e continuar solteira.
Por estes e outros motivos, lembrei de um autor que gosto muito, o escrachado Bukowski, que diz a verdade sem maquiagem.
Reuni algumas frases e trechos escritos por ele, que ilustram este meu giro as avessas...
Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de humor. Tornam-se nervosas,psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas.Charles Bukowski
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Amigos
Sim... minhas amigas e amigos que são os irmãos que escolhi, ou como diz Vinícios "que reconheci", pois são eles que colorem as contas do meu caleidoscópio.
Amigos
Vinícius de Moraes
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor. Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. É delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí.
E me envergonho, porque essa minha prece é em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que não desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! A gente não faz amigos, reconhece-os. Com o meu carinho!
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Hora da Faxina
Hora da faxina.
De abrir o guarda roupa, tirar as roupas que não servem, os sapatos velhos, lavar a roupa guardada.
Hora de abrir a janela, de tirar o pó, limpar o chão e janelas.
De jogar no lixo os papéis, as sacolas e embalagens.
Para mudar de lugar a cama, a comoda, a cadeira, a TV...
De limpar as gavetas, jogar fora os panfletos, os ingressos de cinema, os papeis de bombons, as dobraduras, as contas já pagas.
De se olhar no espelho, tirar a maquiagem, lavar o cabelo, esfoliar a pele, se depilar, hidratar, se ver nua...
E ainda nua, deitar e se sentir exalta, deixar que a mente vague por tudo e enfim dormir. Sentir frio no meio do sono, se enrolar no lençol e continuar dormindo.
Até acordar.
Eu não sei bem o que vem depois... só sei que depois de um tempo aparecerá novamente pó, papeis, ingressos de cinema, roupas usadas...
Eu sempre fui amante do frio, mas rogo por uma dia com sol.
TLT
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado
Eu não sei lidar muito bem com este tipo de tristeza...
Não é aquela tristeza dramática, revoltada, que dá vontade de chorar, gritar, sumir, de brigar...
Mas é uma tristeza fria, como a manhã de hoje, e vazia como uma tarde de domingo chuvosa... Tristeza que não dói...
Já me acostumei com estes altos e baixos, sei que sou forte o suficiente para passar por mais esta, parece que os episódios desta série nunca são inéditos.
...É como sentir um vento gelado com os pés descalços...
Eu não sei muito bem o que fazer além de esperar, de tentar mascarar com afazeres e literatura. Enfim, passar pela mesma coisa várias vezes nem pode ser considerado como algum tipo de "crescimento" ou "superação", talvez eu poderia ganhar até um atestado de burrice por me deixar cair nas mesmas armadilhas, mas acho que muitos tem uma pequena coleção como esta ... o que também não faz muita diferença.
Lembrei agora de um poema de um mangá (Shaman King), que vai de encontro ao que sinto hoje:
Poema - Osorezan Revoir
Para o Yoh:
Essa pessoa que aguarda por ti certamente não te deixará solitário. Ao menos, isso não. Isso não.
Essa pessoa que irá encontrar certamente não te fará sentir solidão. Ao menos, isso não. Isso não.
Para a Anna:
Mil origamis de grous negros dobrados. Pacientemente, essa pessoa carregará teu triste e pesado mistério noturno. Mesmo sem dobrar. Sem dobrar.
Mil grous negros de origami. Pacientemente, essa pessoa abraçará junto de ti a solidão diurna. Mesmo sem dobrar. Sem dobrar.
Para mim (Matamune):
Mil anos existi. Deste pesar finalmente me livrarei. Mesmo vazio. Mesmo vazio.
Meu espírito fragilizado. Desta pesada carcaça finalmente me libertarei. Mesmo vazio. Mesmo vazio.
Mesmo não sendo merecedor... É com prazer que vejo a possibilidade de desfalecer. Frio, talvez me considerem.
Mas nada posso fazer. Ao invés disso, eu aceitaria um sorriso.
Na rua, desamparado, entristecido. No caminho, aborrecido, sem vontade.
Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado. Monte Osore re-voir.
Mesmo que te mostres firme, amoleces. Aos sonhos ingênuos, te entregas. Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado. Monte Osore re-voir.
Entre os vivos ainda ando e a tristeza se mantém. Nos encontros de ano novo a alegria vai e vem. Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado. Monte Osore re-voir.
Essas palavras mal escritas finalmente chegam ao fim. O mundo que brilha lá no alto, onde será? Será a terra onde mora o santo Jizô? Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado.
Monte Osore re-voir. Monte Osore au revoir...
Este é o poema escrito por Matamune para Yoh e Anna, na parte do mangá conhecida como "Osorezan Re-voir" (edições 37, 38, 39 e 40 na edição brasileira do mangá, lançado pela JBC).
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Metade
Por que muito o que sinto, alguém já descreveu melhor do que eu poderia...
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro
segunda-feira, 24 de maio de 2010
O Jogador de Pedras
Ola!
Passei um dia inteiro com um contador de histórias, foi maravilhoso, lembrei de histórias de que li quando criança, até imaginei púrpuria saindo do seu sopro em um certo momento. O nome dele é Giba Pedroza, um homem encantador, e um ótimo contador de histórias.
A oficina me inspirou tanto que criei este pequeno conto. Muito amador,não chego nem perto das histórias contadas por ele, mas esta é uma leitura minha, que faço não para agradar alguém, mas para materializar um pequeno devaneio.
O Jogador de Pedras
Em uma certa uma tarde, um jovem muito bonito estava jogando pedras em um lago. Ele tinha muita água dentro de si. Tanto que seus olhos não tinham uma cor definida, ficavam oscilando entre o verde e um azul acinzentado, cores muito parecidas com as águas do lago no qual ele estava distraido jogando pedras.
O jovem imerso em seus pensamentos disse em voz alta:
"Meus pensamento parecem estas ondas que eu faço no lago, sempre que eu acho que esta tudo bem, aparece uma onda não esperada e me tira a paz, isso é tão ruim... deve ser muito chato ser lago"
O lago ouvindo o jovem, responde com sua voz serena e sábia:
"Na verdade é muito bom ser lago, está certo que vira e mexe tem alguns jogadores de pedras que me cutucam insistentemente. Mas geralmente minha vida é trânquila, conheço muito bem meu terreno, sou massageado pela chuva de vez em quando, tenho meus amigos que me acompanham. Até que um dia eu me encho demais e canso de ser lago, daí então viro rio, e sigo uma vida mais emocionante".
O jovem olhou para baixo e deu um suspiro, sem saber o que dizer.
E o lago continuou:
"Um dia um senhor bem velho e paciênte, que também tinha olhos como os seus, me explicou sobre a mente humana, achei muito interessante! Vocês humanos deveriam compartilhar mais o que sabem! ... Imagnine que seus pensamentos são como eu, um lago, e quando você se sentir cheio demais, faça-os virar rio, vocês costumam chamar isso de sonhos".
Como o jovem tinha muita água dentro de si, ele entendeu muito bem a lição do lago e deixou de jogar pedras. Ele começou a nadar, estar em meio ás ondas é melhor do que provocá-las, este realmente é o limitar entre o pensar e o sonhar.
TLT
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Desejo, vontade, eu quero
Desejo
O Perpétuo mais cruel na minha opinião...
Depois de tanto falar sobre emoções e sentimentos, fico tentada agora para falar sobre desejo.
Eu poderia dizer que seria uma linguagem do corpo. Talvez o correto seria, que o desejo controla o corpo conforme a SUA linguagem.
É estranho como este tipo de coisa ainda é um tabu para as mulheres (até para mim algumas vezes).
Nós normalmente temos que reprimir isso, pois se expressarmos esta vontade, muitos homens já a consideram como um convite, o que nem sempre é. E quando queremos realmente convidar, muitas vezes é mal interpretado.
Ê.. paradoxo!!
A linguagem é muito clara, fala-se por si só, é independente.
Nós que ficamos tentando controlá-la, disfarçá-la, reprimi-la. Por diversos bons motivos é claro, mas ela sempre vence.
E algo que não temos como negar, quando duas pessoas regidas pelo mesmo desejo se encontram, e não podem satisfazê-lo, entram em um estado de controvérsias. Entre palavras e pensamentos impera-se " Não, não devo". Mas os corpos traidores já estão se tocando, se aproximando e distanciando, conversando entre si, por mais sutil que pareça, eles simplesmente não obedecem.
Tudo isso é obra de Desejo... o mais cruel dos perpétuos....
quinta-feira, 20 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Quero postar para deixar algo menos melancólico, dizer que já estou em um novo giro.
Ser caleidoscópica é um tanto estranho, pois todas as mudanças e nuances são vistos apenas aos meus olhos.
Hoje minhas cores estão mais vibrandes, porem meu giro é mais lento, mais equilibrado e consciente.
Tudo está borrado, não há nada definido, não sei dizer o que sinto e para onde estou caminhando, mas estou segura.
Tenho certos precentimentos, sinto que irei perder alguma coisa importante, porem algo novo se aproxima.
Lembro de minha fase mística, eu era capaz de identificar melhor estes tipos de precentimentos e conseguia entender a linguagem de Gaia...
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Tem outras partes do meu corpo que também sinto friu
Sinto um tremor interno que me lembra febre, mas não é
Meu coração oco se contrai, da mesma forma de quando esticamos um elástico e soltamos
Os sentimentos me atigem como o paradoxo dos magos ( sinto faltas destes jogos, era uma ótima valvula de escape... Daquela época, é a unica coisa que eu realmente sinto falta).
Mas o paradoxo é uma ótima definição do que acontece comigo, um grande feito ou momento é acompanhado por um preço a ser pago, uma consequência. Como dizem é para manter o equilibrio.
Equilibrio este que luto para manter todos os dias
Se manter equilibrada, neutra, consciênte e conivente das minhas próprias ações.
Acho que é por isso que eu sinto tanto frio.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Little person
Venho esperando para postar esta música, que é tão especial para mim...
Chama-se Little Person do Jon Brion, esta música é trilha sonora do filme Sinédoque Nova Yorque do Charlie Kaufman. Um ótimo filme por sinal, asssistam não vão se arrepender!! ... é do Kaufman... acho que isso já explica o tipo de filme.
Bem, eu que praticamente me apossei Kruczynski, da Clementine do filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças que também tem a trilha sonora do Jon Brion e é dirigido pelo kaufman. Nem preciso dizer o quanto eu Adoro tudo isso.
Esta música desperta algo sublime em minha mente, eu fecho os olhos e imagino esta música sendo tocada em um jukebox, em um bar com meia luz no final de uma noite, dançando abraçadinho, lentamente...
E as palavras em um sussuro ao pé do ouvido...
I'm just a little person,
One person in a sea
Of many little people
Who are not aware of me.
I do my little job
And live my little life,
Eat my little meals,
Miss my little kid and wife
And somewhere, maybe someday,
Maybe somewhere far away,
I'll find a second little person
who will look at me and say:
"I know you.
You're the one I've waited for.
Let's have some fun.
" Life is precious every minute,
and more precious with you in it,
so let's have some fun
We'll take a road trip way out west.
You're the one I like the best.
I'm glad I've found you,
Like being around you
You're the one I like the best.
Somewhere, maybe someday,
Maybe somewhere far away,
I'll meet a second little person
And we'll go out and play.
Não consegui fazer upload do video mas segue o link.
enjoy ^^
http://www.youtube.com/watch?v=IA_ubhYgjAc
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Era uma vez...
Ola!
Hoje quero compartilhar uma história...
Uma história verídica, mas surreal, tanto que me sinto tentada a começá-la com "Era um vez"...
A história é de uma garota morena de olhos castanhos, que teve uma paixão a primeira vista por volta dos seus 15 anos, vale enfatizar que somente ela se apaixonou. E como quase todas as histórias ela não foi notada, garotas morenas de olhos castanhos não chamam atenção dos garotos, ainda mais se forem um pouco gordinhas e tímidas, normalmente a relação deste tipo de menina com os garotos é de apenas "melhor amiga".
O Garoto era desengonçado, de cabelos compridos, tinha seus 18 anos.
Ela somente contemplou seu amado por alguns anos, como toda menina apaixonada ela compartilhava todos os "supostos encontros" com suas amigas, apesar de nunca ter coragem de encará-lo.
Um belo dia, suas amigas ligaram para o garoto para dizer que existia uma menina morena de olhos castanhos que estava "afim dele", ele ficou muito surpreso com historia, e pediu para falar com a menina para ter certeza que não era uma brincadeira de mal gosto. Afinal, ela nunca o olhou nos olhos antes.
Eu poderia fazer um parênteses e contar as preliminares da ligação, porem me contento em dizer que houve diversas discussões, onde por fim a força e o número de amigas conseguiu vencer. A garota com o coração na mão, sabia que no fundo era o que ela também queria. ... Realmente a amizade é o maior presente de Deus...
Por fim, eles conversaram e se encontraram, tiveram um dia de romance no parque, em uma tarde ensolarada. Ele com o uniforme da escola, e ela com uma calça com gliter.
Porem o romance não passou de um dia, pois houve uma mistura de desencontro de interesses, orgulho e timidez. E os dois se tornaram ótimos "conhecidos" , pelo menos aparentemente.
A cada encontro que o acaso providenciava, era um momento peculiar. Saiam de suas bocas apenas um "ola, como vai?" mas seus olhos se comunicavam de uma forma diferente, brilhavam e diziam coisas que não eram verbalizadas.
Assim... passaram-se os anos, ambos cresceram, amadureceram, tiveram outros romances, mas os encontros ocasionais eram sempre iguais.
Durante estes anos, foi-se acumulando vontades e coisas a serem ditas, porem estes só foram compartilhados pelos dois através do olhar.
Conto a vocês esta história, pois quantas mulheres não devem ter histórias mal acabadas como esta. E quando se depara com o coração vazio, sente a reverberação dessas histórias?
Parece que nosso coração é como uma casa, quando se encontra vazia vê-se ainda nas paredes as marcas dos móveis e dos quadros que estiveram ali por algum tempo. Dá a impressão que a casa é maior e uma sensação de solidão, que somente quem já viu a própria casa desta maneira sabe o que eu estou falando.
Esta história da garota e do rapaz, ainda não terminou, eles continuam tenho conversas múltiplas entre o “oi, como vai?”. A diferença que ambos desistiram dos romances... ou simplesmente de arriscar.
Algumas vezes tenho vontade de dizer para esta, agora mulher de olhos castanhos, "diga a ele tudo que sente, ele também amadureceu vocês podem ter um novo romance".
Porem , os desencontro de interesses, o orgulho e a timidez, são estéreos e imortais e se transformam em correntes.
Eu gostaria de terminar esta história com um " E viveram felizes para sempre" mas como eu disse inicialmente, trata-se de uma história real, e nas histórias reais, nem a morte consegue findar.
TLT
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Depois de girar por ai, fiquei com vontade de escrever...
Mas estou girando tão rápido que meus pensamentos e sentimentos estão desconexos demais. Em um momento eu escrevo que estou feliz, quando leio parece que foi um estranho que escreveu.
"Como EU posso ter a audácia de dizer que estou feliz?" penso eu no momento seguinte, depois me questiono "Mas por que não?"
Cada minuto tem sua particularidade, e depois vem as controvérsias.
Parece que eu vivo o Tudo e Nada ao mesmo tempo. As vezes me parece que é a mesma coisa. Quando giro vejo o Tudo, quando paro tenho o Nada.
TLT
Por fim cito as palavras de minha heronia como prece:
...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Clarice Lispector
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Os 10 desejos de Clarice
E a Morte pergunta para Clarice: "Se eu te levasse amanhã, terias pesar do alguma coisa? o que você gostaria de ter feito e não fez nesta vida?
Clarice sabia a resposta na ponta da língua, mas fingiu pensar um pouquinho para fazer um pouco de charme e mostrar um pouco de seriedade:
Bem... Existe 10 coisas:
- Eu queria ter tido um filho;
- Eu queria ter visto a aurora boreal;
- Eu queria ter sentido o amor através do sexo;
- Eu queria ter tido um colo e o abraço protetor de um homem que me ame;
- Eu queria morrer sem as milhares de coisas que eu tenho para falar;
- Eu queria ter tido coragem de falar todas estas coisas;
- Eu queria me sentir realmente bonita, pelo menos uma vez;
- Eu queria ter tido mais fé, e conhecido mais os mistérios dos Deuses e dos anjos;
- Eu queria ter aprendido mais sobre metafísica, astronomia, mitologia e teologia;
- Eu queria realizar alguns sonhos da minha familia, a que nasci e a que escolhi.
Se nesta vida não der tempo de fazer todas estas coisas... tudo bem, fica a próxima...
A morte olhou para aquele ser, que não era mulher, não era adolescente e nem criança. Era feminina e tinha seus vinte e tantos anos, e sentiu pena. Por fim disse:
- Minha querida, precisará renascer muitas vezes para fazer estas coisas como mulher. Mas não se iluda em pensar que renascer em outras formas ou gênero conseguirá com mais facilidade, pois apenas sendo mulher poderá desfrutar plenamente e somente sendo mulher sentirá estas necessidades, assim é a Vida.
Clarice suspirou e pensativa disse:
- Tudo bem...Eu não disse que queria fazer todas estas coisas nesta vida.