"Que a força do medo que tenho,
não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo que eu acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
E a outra metade é o silêncio"...
Já postei aqui este poema do Osvaldo Montenegro completo aqui no blog, mas ele é um dos textos que carrego na minha bagagem, que é sempre lembrada quando me falta palavras...
Confesso que meu silêncio é doloroso, e que meu grito é minha luta.
E minha luta é andar com uma roupa desconfortavel no sol, com os pés, tornozelos e joelhos doendo por causa do maltido salto, é calar o choro durante a corrida, é se perder e continuar correndo pelo tempo perdido, é respirar fundo se mostrar forte, não parar.... Este grito é trabalhar sem ferramenta nenhuma, ter responsabilidade por ações de terceiros, é adiar, é tentar sorrir, é fingir interesse em coisas completamente desenteressantes, é ouvir que os outros estão bem enquanto eu estou um caco, e ainda ter que sorrir...
Na metade silêncio, fica o desespero, a inveja, a insegurança e o medo.
É dormir quando tudo está escuro, mesmo que seja dia. É encontrar nos sonhos suprimentos de sentimentos que me faltam. É se sentir perdida e buscar energias na força motora das horas. Neste silêncio mora o medo, porque eu não sei o que irá acontecer, não sei se vou conseguir, eu só vejo explosões, coisas desmoronando e chuva, muita chuva, das mais cruéis que tive até hoje...
Eu não parei e não vou parar... mesmo porque eu não tenho esta opção... mas a cada minhas alternativas estão acabando. Eu queria sumir e voltar quando tudo já estivesse resolvido, eu queria um abraço protetor para que eu possa sentir um pouco menos de frio. Mas estou sozinha, e tenho que continuar lutando sozinha, o pior de tudo é que quando eu conseguir, eu não serei a única beneficiada.... eu acho isso um tanto injusto.
Porque quando eu estiver bem, plena e completa, terei que atender a fila de pessoas que esperam algo de mim, que me combram resultados todos os dias, conselhos, atenção, sentimentos, dinheiro,etc... tudo aquilo que eu estou agora me matando para conseguir!!! mas todo mundo quer pronto! eu não recebo nada pronto... tudo isso me deixa irada!!!
... " Que esta minha vontade de ir embora
Não se transforme na calma e paz que eu mereço
Que esta tensão que me corroi por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso, a outra metade é um vulcão..."
Versos pela luta, pelo almejo, pelo desfecho, pelo fato de estar viva e não ter forças para gritar, de querer mandar tudo e todos para um lugar onde eu não esteja! Com timidez, a sua revolta é a minha revolta! Para sempre pensées...
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