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"Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo. (...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. Sou um coração batendo no mundo." (Clarice Lispector)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado


Eu não sei lidar muito bem com este tipo de tristeza...
Não é aquela tristeza dramática, revoltada, que dá vontade de chorar, gritar, sumir, de brigar...
Mas é uma tristeza fria, como a manhã de hoje, e vazia como uma tarde de domingo chuvosa... Tristeza que não dói...
Já me acostumei com estes altos e baixos, sei que sou forte o suficiente para passar por mais esta, parece que os episódios desta série nunca são inéditos.
...É como sentir um vento gelado com os pés descalços...
Eu não sei muito bem o que fazer além de esperar, de tentar mascarar com afazeres e literatura. Enfim, passar pela mesma coisa várias vezes nem pode ser considerado como algum tipo de "crescimento" ou "superação", talvez eu poderia ganhar até um atestado de burrice por me deixar cair nas mesmas armadilhas, mas acho que muitos tem uma pequena coleção como esta ... o que também não faz muita diferença.

Lembrei agora de um poema de um mangá (Shaman King), que vai de encontro ao que sinto hoje:


Poema - Osorezan Revoir

Para o Yoh:

Essa pessoa que aguarda por ti certamente não te deixará solitário. Ao menos, isso não. Isso não.

Essa pessoa que irá encontrar certamente não te fará sentir solidão. Ao menos, isso não. Isso não.

Para a Anna:

Mil origamis de grous negros dobrados. Pacientemente, essa pessoa carregará teu triste e pesado mistério noturno. Mesmo sem dobrar. Sem dobrar.

Mil grous negros de origami. Pacientemente, essa pessoa abraçará junto de ti a solidão diurna. Mesmo sem dobrar. Sem dobrar.


Para mim (Matamune):

Mil anos existi. Deste pesar finalmente me livrarei. Mesmo vazio. Mesmo vazio.
Meu espírito fragilizado. Desta pesada carcaça finalmente me libertarei. Mesmo vazio. Mesmo vazio.
Mesmo não sendo merecedor... É com prazer que vejo a possibilidade de desfalecer. Frio, talvez me considerem.

Mas nada posso fazer. Ao invés disso, eu aceitaria um sorriso.
Na rua, desamparado, entristecido. No caminho, aborrecido, sem vontade.
Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado. Monte Osore re-voir.

Mesmo que te mostres firme, amoleces. Aos sonhos ingênuos, te entregas. Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado. Monte Osore re-voir.

Entre os vivos ainda ando e a tristeza se mantém. Nos encontros de ano novo a alegria vai e vem. Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado. Monte Osore re-voir.

Essas palavras mal escritas finalmente chegam ao fim. O mundo que brilha lá no alto, onde será? Será a terra onde mora o santo Jizô? Amor é encontro, separação, um pedaço de pano surrado.


Monte Osore re-voir. Monte Osore au revoir...


Este é o poema escrito por Matamune para Yoh e Anna, na parte do mangá conhecida como "Osorezan Re-voir" (edições 37, 38, 39 e 40 na edição brasileira do mangá, lançado pela JBC).

5 comentários:

  1. Olá Talita! ^^! Obrigada pelo carinho, pelo comentário e pela visita! Seja bem vinda e volte sempre! Parabéns pelo seu blog... uma graça! Adorei aqui tb! Seguindo! Fique com Deus e um bom dia pra você! Beijooos...

    Bruh! (:

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  2. Venho aqui especialmente para agradece-la pelos comentarios em meu blog

    Sobre o amor..
    É dedicação, é ter alguem em quem confiar, em partilhar experiencias, é não estar sozinho

    Para viver o amor é preciso não ser egoista e não pensar só em si mesmo

    O amor tem que ser vivido tanto nas alegrias quanto nas tristezas

    O mundo precisa de mais amor!

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  3. Você tem razão Johnny, o mundo precisa de mais amor.
    Eu também preciso de mais amor...

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  4. "Se temos amor, um dia receberemos em troca"!
    "Apesar que estou caindo no precipicio onde nunca o encontrarei"!
    Adorei seu texto!
    Por fim...

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  5. o mundo não precisa de amor sozinho.
    precisa de quem possa passá-lo adiante e fazer outras pessoas entenderem o que ele significa.
    esse poema me ajudou nisso numa hora que eu precisava.
    adoro quando fico sabendo que ele ajudou mais alguém.

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