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"Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo. (...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. Sou um coração batendo no mundo." (Clarice Lispector)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Era uma vez...


Ola!
Hoje quero compartilhar uma história...

Uma história verídica, mas surreal, tanto que me sinto tentada a começá-la com "Era um vez"...

A história é de uma garota morena de olhos castanhos, que teve uma paixão a primeira vista por volta dos seus 15 anos, vale enfatizar que somente ela se apaixonou. E como quase todas as histórias ela não foi notada, garotas morenas de olhos castanhos não chamam atenção dos garotos, ainda mais se forem um pouco gordinhas e tímidas, normalmente a relação deste tipo de menina com os garotos é de apenas "melhor amiga".
O Garoto era desengonçado, de cabelos compridos, tinha seus 18 anos.
Ela somente contemplou seu amado por alguns anos, como toda menina apaixonada ela compartilhava todos os "supostos encontros" com suas amigas, apesar de nunca ter coragem de encará-lo.
Um belo dia, suas amigas ligaram para o garoto para dizer que existia uma menina morena de olhos castanhos que estava "afim dele", ele ficou muito surpreso com historia, e pediu para falar com a menina para ter certeza que não era uma brincadeira de mal gosto. Afinal, ela nunca o olhou nos olhos antes.
Eu poderia fazer um parênteses e contar as preliminares da ligação, porem me contento em dizer que houve diversas discussões, onde por fim a força e o número de amigas conseguiu vencer. A garota com o coração na mão, sabia que no fundo era o que ela também queria. ... Realmente a amizade é o maior presente de Deus...
Por fim, eles conversaram e se encontraram, tiveram um dia de romance no parque, em uma tarde ensolarada. Ele com o uniforme da escola, e ela com uma calça com gliter.
Porem o romance não passou de um dia, pois houve uma mistura de desencontro de interesses, orgulho e timidez. E os dois se tornaram ótimos "conhecidos" , pelo menos aparentemente.
A cada encontro que o acaso providenciava, era um momento peculiar. Saiam de suas bocas apenas um "ola, como vai?" mas seus olhos se comunicavam de uma forma diferente, brilhavam e diziam coisas que não eram verbalizadas.
Assim... passaram-se os anos, ambos cresceram, amadureceram, tiveram outros romances, mas os encontros ocasionais eram sempre iguais.
Durante estes anos, foi-se acumulando vontades e coisas a serem ditas, porem estes só foram compartilhados pelos dois através do olhar.

Conto a vocês esta história, pois quantas mulheres não devem ter histórias mal acabadas como esta. E quando se depara com o coração vazio, sente a reverberação dessas histórias?
Parece que nosso coração é como uma casa, quando se encontra vazia vê-se ainda nas paredes as marcas dos móveis e dos quadros que estiveram ali por algum tempo. Dá a impressão que a casa é maior e uma sensação de solidão, que somente quem já viu a própria casa desta maneira sabe o que eu estou falando.

Esta história da garota e do rapaz, ainda não terminou, eles continuam tenho conversas múltiplas entre o “oi, como vai?”. A diferença que ambos desistiram dos romances... ou simplesmente de arriscar.
Algumas vezes tenho vontade de dizer para esta, agora mulher de olhos castanhos, "diga a ele tudo que sente, ele também amadureceu vocês podem ter um novo romance".
Porem , os desencontro de interesses, o orgulho e a timidez, são estéreos e imortais e se transformam em correntes.
Eu gostaria de terminar esta história com um " E viveram felizes para sempre" mas como eu disse inicialmente, trata-se de uma história real, e nas histórias reais, nem a morte consegue findar.
TLT

5 comentários:

  1. Madrugada, minha melhor hora. Aqui estou eu. Tenho te achado triste, apesar de você contar algumas conquistas e alegrias vezenquando. Achei tua história triste. Sabe Tali, uma vez eu servi de cupido pra um casal amigo meu que abusava da timidez. Eles se gostavam, tava na cara, mas não saiam dauqele henhenhen...Um dia convidei eles pra irmos no clube Massivo (nem sei se existe ainda). Na hora agá eu ineventei uma desculpa e saí fora, mas disse que eles deveriam ir pois aquela noite prometia ser especial (como eu era astrólogo, tarólogo e meio bruxo, as pessoas meio que respeitavam meus "vaticinios"). Bem, resumindo a história: isso foi há 16 anos atrás e eles estão juntos até hoje, felizes para sempre!

    A tua história me pareceu um pouco com aquele negócio de que as paralelas se encontram no infinito, e a gente sabe que isso é uma ilusao de ótica e não uma verdade. Eu sempre acho que é melhor mergulhar e correr o risco de se afogar do que "morrer de sede em frente ao mar". Pergunte ao seu pato...rs.

    Minha querida artista eu aposto que vc tem mais talento do que imagina, posso estar errado, mas acho que vc pode tocar a lua, acho qté mesmo que toca, mas não sabe.

    Go ahead!!!

    Por acaso vc tem olhos castanhos?

    beijos e excelente sexta-feira!

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  2. Obrigada Perseu! de verdade... eu estava correndo demais para não parar, me olhar no espelho e ver esta realidade.
    Mas tudo isso é porque estou com a mente cheia e com o coração vazio, e eu não gosto de lutar sozinha, me sinto construindo um castelo para apenas uma pessoa.
    Estou quebrando correntes da minha mente, as do coração é mais dificil...

    rs... sim tenho olhos castanhos...

    beijos, otima semana ^^

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  3. "garotas morenas de olhos castanhos não chamam atenção dos garotos"

    Que verdade! Talvez porque seja comum? Verdes e negros soam a poesia, só pode ser.

    Um blog ao acaso, me traz esta reflexão. Gostei do jeito que vc escreve, voltarei mais vezes.

    Ana.

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  4. Não é a cor dos olhos, mas o olhar, este sim é que conta!...

    P

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  5. =) Ainda bem que os garotos amadurecem ...

    Seja bem vinda Ana, obrigada !

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