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São Paulo, SP, Brazil
"Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo. (...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. Sou um coração batendo no mundo." (Clarice Lispector)

terça-feira, 10 de maio de 2011


Meu coração e minha mente continuam cantando músicas tristes, porem nas minhas fotos sempre há sorrisos...
Cada vez que deixo alguem se aproximar se ascende um chama dentro de mim, porem depois de um tempo se apaga duas... Algo sempre se perde no caminho...
Parece que o vazio se expande... e eu nunca me canso de lembrar do filme A história sem fim, que o Nada toma conta do mundo de Fantasia... eu sempre me sinto como a Imperatriz menina.
Estou a um passo atrasada que eu deveria ou gostaria. A insegurança de simplesmente ser me domina, as vezes mal tenho certeza de quem eu sou, vejo as vezes de relance o que eu quero ser e vejo o que me falta... sempre um passo antes...
Tenho paixões momentaneas por sorrisos sinceros, ou até mesmo por uma atenção especial, mesmo que seja apenas educação ou curiosidade.
Tento me justificar.... é que sou assim mesmo quebrada... culpa dos meus pais... dos relacionamentos desastrosos... dos livros que leio ou até mesmo do meu espelho.
Olho um papel em branco e vejo um infinito de possibilidades inalcansáveis a minha frente.
Se talvez fosse diferente hoje , haveria outras coisas a dizer... a faltar .... porque por mais que exista outras Eus em realidades diferentes sempre serão uma versão do eu verdadeiro que foi feito em um molde tosco. ( me sinto até meio Macabéia)...
Eu e me minha mania de me comparar com personagens... é um jeito de me sentir menos sozinha...
Esta história não tem fim, nem começo muito menos uma razão.
Simplesmente é. E a contarei repetidas vezes... você caro leitor que perdeu alguns minutos lendo os rabiscos deste blog verá que tudo se resumi a isto.. um aglomerado de ausências e preenchimentos momentaneos que é a minha vida.

Um comentário:

  1. Faz tempo que não comento aqui, mas sempre leio!
    Não poderia deixar de comentar esse texto, que me dá até receio e grande identificação. Coisas que todos nós sentimos com certa frequência naquela sensação de sermos uma multidão de solitários, entretanto, é coisa que vc verdadeiramente, a imagem de vc criada no texto e os personagens que simbolizam o sentimento aqui presente constituem de forma muito pessoal, é um mundo pessoal que atinge as "pessoalidades" de quêm lê. Alem de haver o confronto com o vazio, matéria muito cheia que gosto muito!

    senhorita, em pontos de contato nossas identidades se trasfiguram eternamente nesse texto!

    empatia e até!

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